O que é amor pra você ?


Para mim, o amor é azul e branco. São seus dois tons, e isso não tem nada a ver com arco-íris. A gente pinta é do lado de dentro. É uma coisa tão travessa, essa coisa de amor. E eu não sei, porque a maçã do amor leva esse nome. O amor não é sempre doce, não. Mas pode ser vermelho.

Amor é um monte de coisa. Você vai sentir se já não sentiu. Os joelhos frouxos, as mãos suando, e todas as partezinhas batucando do lado de dentro. E você vai morrer de medo que alguém escute. Mesmo quando tudo em você denunciar, você ainda vai deixar cair os olhos, fingir distração, fugir. O amor a gente guarda é nos olhos. Depois ele desaba para todo canto.

 Não é de hoje que as pessoas complicam a felicidade. O amor não precisa de nada para ser. Ele é. Independente de. É indiscreto. Pousa e voa quando bem quer. O amor é passarinho. Mas a gente não pode nunca prender.Ele enfeita.

Quando você senta na sala e espera o amigo chegar, assim, com esse ventinho no sorriso, isso também é amor. E ele chega tão bonitinho, enchendo teus olhos, te fazendo assobiar. O amor é criança. O amor é uma tarde de sol e um algodão doce, no parque. É roda gigante. É tanto. É tanto!

Eu já amei bonito, e acho que ainda amo, sim. Já morri de amores, e você não sabe quanto mais vida isso me trouxe. O amor está dentro de mim. E de você. E dele. Eu acho mesmo é que ele vai saindo aos pouquinhos. Quando a gente vê, já caminhou para dentro da outra pessoa. É um susto. O amor é um susto! É uma surpresinha, e o embrulho é o coração.

Ah, o amor, ele faz festa em mim.
Sonho, sinto,sinto e sinto o amor e mesmo tentando ‘apagar’, a gente não consegue. Não tenho essa borracha que sirva. Mas emendo melodia em cima. E uma coisa linda que aprendi foi isso: ser formada por amores. A gente fica maior.

Não vou mais assustar-me, quando um amor for embora. A verdade é que ele sempre fica. Quanto mais a gente entrega, mais a gente tem. Essas coisas, a gente divide para multiplicar. E sobre diferenciar, não dê importância. Sinta. Chame do que quiser. Pois muita coisa importante falta nome.

Uma vez pensei que eu fosse derreter num abraço. Um amor que, ainda hoje, não coube em minhas mãos. Tenho vontade de desabotoá-lo. Cheirar os sonhos que ele tem, nos olhos. Às vezes fico pensando que eu podia dizer a ele coisas muito boas, assim, baixinho. Mas só sei me fingir de distraída. Eu sou boba. O meu amor é bobo.