Mistérios
Segredos guardados na memória da vida,
lábios que me entregam com aparente exatidão em letras de musica que me
encantam. E quando o sol toca o mar, meus olhos negam qualquer tentativa
de definir o que vive pra amortecer distante de qualquer sentido. Com a vida eu
aprendo, eu sempre aprendo. Ainda que me aflija dizer que nada sei, eu me
realizo. Sempre abrindo os braços para o presente, o agora. O passado me
reprova, me rotula e o futuro, esse não cabe no meu abraço. Eu saberia dizer o
que sinto se o que me sonda não fosse tão sedutor a ponto de não lhe caber uma
elucidação exata, como se uma tênue linha bordada à razão me deixasse ao lado
das respostas que pouco busco. No fundo, bem fundo eu sei. Sei quando respiro o
que vivo sem dúvidas de que tudo, exatamente tudo o que amo, eu amo de mãos
dadas com a alma que vive entre o mistério mais antigo que guardei e o meu
desejo exacerbado de estar sempre bem comigo mesma. Talvez eu não seja nada nem
alguém capaz de coisa alguma, mas eu ainda consigo buscar o que me trará a
plena certeza de que na vida não cabe explicações, só emoções. E quando o teu
querer em desconhecer for maior que o teu estar em eterna busca do que sou, com
regozijo eu lhe digo que sou o inverso de todas as evidências que leva nas
mãos. Sou segundos de certezas, banhados com ondas de mistérios levados por
sentimentos que a própria vida desconhece.
Para o desejo do meu coração
o mar é uma gota!
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