Tudo é um bom motivo para desistir..
.. É assim que pensam
as pessoas, quando paro um segundo para ouvir as reclamações, lamentações, e as
ameaças de suicídio que meus amigos, colegas e conhecidos fazem, eu me
desespero. Confesso que gente que reclama demais me dá angústia, não são dignos
os sentimentos delas diante a vida, as oportunidades não caem do céu, correr
riscos às vezes dá medo, mas acredite que quando você vê suas loucuras sendo
consolidadas dá um orgulho imenso.
Algumas coisas doem, eu
sei, mas não adianta gritar as dores ao mundo, não vai resolver, se você não
está feliz, não depende dos outros, às vezes a gente sofre, por estupidez
alheia, por decepção, e muitas dessas vezes é complicado o conformismo, eu
mesma não me conformo com isso ou aquilo, eu gosto da bandeira branca, ela me
encanta, me excita.
Na minha vida já não
cabe mais problemas, e olha, assumo que tenho poucos, na minha vida não tem
mais espaço para dores, sejam de amigos, da família, ou de amores. Na minha
vida, não cabe mais lágrimas de desespero, em si, o desespero, aqui, já não
cabe mais.
Eu quero mais um
sorriso, um telefonema inesperado, um pouquinho de coisas doces. Emoções
baratas e falsas, já não me enganam mais, não sei o porquê. Eu gostava de
camuflar tudo de ruim que eu sentia com um sorriso nada inteligente, na verdade
eu gostava de sorrir, mesmo que à toa, sempre pensei que um sorriso valia
muito, mas com o tempo, a gente nota que a vida não é tão fácil assim, algumas
coisas são tão simples e a gente dificulta tanto, como, não falar mais com tal
pessoa, ou esquecer que foi amigo daquela menina (o), ou apenas não se
importar, só que o comodismo, felizmente anda por outras ruas, e não costuma
trombar comigo.
Eu ando por aí,
procurando apreciar, o gostinho da felicidade, com calma, eu quero me
estabilizar, ou apenas fazer mais algumas loucuras, não dessas que estou
acostumada, que não me faz feliz por mais de um dia. Eu quero atravessar as
fronteiras, e deixar de me limitar, sentimentos escancarados, estão na moda,
dizer eu te amo, ficou tão fútil como abrir a geladeira. Dizer eu te odeio, não
dá nem um ínfimo peso na consciência, ah! Eu não agüento mais uma gota disso.
Eu ando seguindo o que
acho que tenho de mais valioso: O meu coração, se for para não atende-lo por
favor, diga para ele voltar mais tarde, porque a teimosia, anda lado a lado
comigo. É defeito eu sei, pelo menos eu assumo. Faça o favor de não entrar no
meu caminho, ou serei forçada a te levar comigo.
Eu reconheço centenas
de erros que cometi, como as provas do colégio. Alguns símbolos significam que
você acertou, mas em meias letras quase que desenhadas à caneta azul, e tinta
preta, vemos um X vermelho, indicando um erro, um X bem grande, que assusta, e
você lê novamente aquela questão e pensa, como é que eu fui errar isso, era tão
fácil, na minha vida às vezes é assim, eu poderia ter feito diferente, mas não fiz
por isso eu continuo a escolher a palavra perdoar, eu preciso de perdão, você
também, todos precisam, entretanto, existe orgulho, meu orgulho? Está ali, na
lata de lixo mais próxima que encontrei.
O que mais existe
dentro de mim, são lembranças, das brincadeiras de criança, como eu as adorava,
e hoje quando paro para refletir, vejo que uma brincadeira insiste em me
acompanhar, é a do telefone sem fio. Porém não é mais brincadeira. É realidade.
Dá-me mais medo do que despencar 70 metros de uma ponte, amarrada pelos
tornozelos em uma corda elástica. Funciona mais ou menos assim: Alguma história
seja verídica ou não, começa em determinado local, vai passando de boca em
boca, de ouvido em ouvido, e em cada pessoa que chega, perde um pouquinho do
enredo, ganha mais um acréscimo de ficção, o roteiro ganha vida própria e
quando você vê a história da sua vida, virou uma história que você jamais ousou
viver. Venhamos e convenhamos nada pior que uma história mal contada. Quando o
telefone sem fio é verdadeiro, o problema é que uns se esquecem que as pessoas
não são personagens, elas possuem sentimentos, possuem a própria história, têm
as suas vidas. (E depois que você faz o que mais teme, vê que aquele não era o
seu maior medo).
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